sábado, 15 de setembro de 2007

O que é liberdade?

Vem a minha mente a sensação de anarquia. Anarquia: Ausência de normas. Ausência: falta de. Normas: Ordens de conduta. Juntando tudinho: Anarquia é a falta de ordens de conduta.
Isso me possibilita crer que a gente pode fazer tudo e que isso é bom. Só que é impossível coexistir numa sociedade anárquica, pois a ausência de normas não me dá tanta segurança assim. E sobe aquele sentimento bem hobbessiano de contrato social, pois somente com ele a gente é capaz de coexistir. Por exemplo: Eu posso fazer o que quiser, desde que seja possível manter a "liberdade" dos outros.
Aí vem aquela contradição: Já que existe essa norma "mantenha a liberdade do outro", não há mais anarquia, não há como pensar que somos livres. A simples existência de uma norma já restringe a nossa ação. Eu nao posso agir tão livre quanto eu pretendo.
Porém isso é ótimo. Normas são feitas para o convívio e ainda bem que elas existem. A liberdade é algo que não existe pois existe normas. Então eu nao me sinto livre enquanto eu sei que todas as minhas ações são determinadas por alguma norma. Pode até não haver proibições do meu agir, mas o simples fato de nao haver algo que proiba quer dizer que existe normas que permitem.
Assim eu consigo perceber que não há liberdade. Liberdade como ausência de impedimentos é algo impossível na existência de sociedades. Talvez na ação individual seja possível ser livre, mas que só é possível na existência de chocadeiras, na qual a formação da vida não for determinada pela existência de outra vida.
Deus talvez seja o unico ser que um dia foi livre. E ele só foi livre a partir do momento anterior a gênese.

Redefinição da palavra
Por isso a importância da redifinição do que é liberdade. Para mim, liberdade é se expor a suscetíveis experiências de convivência estranhas, de agir com alteridade. De estranhar o familiar. E é somente assim que a gente pode se questionar sobre a nossa conduta. E aê vem o que é liberdade: é questionar o que lhe impede de ser livre, de sempre tomar como algo as vezes inuteis o que essa norma significa. E ao questionar a existência dessa norma, percebe se ela faz você se sentir bem, se ela é algo importante para você ser mais feliz. Acabo caindo no discurso utilitário, mas acho que é necessário pensar na finalidade.

E eu começo a ser livre na redifinição da palavra: será que é utiu eicrever di acordo com normaz da gramática? O que apenas me exponho nesse momento é ser mal visto pelas pessoas num óbvio contexto de menosprezo as pessoas de baixa renda, já que as normas cultas são para poucos.
Mas, ao mesmo tempo, vejo que é bom seguir normas. Falar "quero não sintaxe utilizar iuhreiuhfd" é passar pela incompreensão. Eu vejo que o outro pode não entender o que eu acho e a minha vontade, a de se comunicar, é dificultada. Eu acabo nem conseguindo o que eu quero se eu nao seguir normas.

=)