sábado, 12 de abril de 2008

A greve não acabou

Esse post é em resposta ao post que tá em cima. Os horários foram invertidos.


Vou tentar ser racional.


Pensar na universalidade dos objetivos da sociedade para com nossos estudantes é algo de extrema dificuldade. Será que realmente eles não estão agindo de acordo com "os objetivo intelectuais"? Nardi, uma coisa que eu aprendi na UVE, ong que nós participamos, é que os processos de aprendizagem intelectual estão longe de ser exclusivos de uma sala morna, de diálogos simples. A revolta da juventude estudantil é tamanha que, se a UnB está assim, não é assim que queremos que ela esteja. Acho que, inclusive, a opinião pública não se ver "danada" ou "prejudicada" com essas atividades que perturbam de imediato a finalidade da UnB. E estamos aprendendo uns bocados com isso!
Aliás, pensar que processos democráticos são aqueles que agem sem coação/coerção é algo extremamente enganoso. A galera glorifica Gandhi por ser da paz, mas pouco entende que a coerção surge pelas mãos de outros. Gandhi não pressionava o governo inglês, ele pressionava o povo indiano e comunidade internacional para pressionar o governo inglês. E cá entre nós, a liberdade negativa dos ingleses foi bastante suprida.... "Gandhi, seu extremo autoritário!" ¬¬
E volta-se a questão do nexo causal: Na UnB, corre-se milhões de reais. Os estudantes quase acabam com 10 mil reais? Eu poderia muito bem falar "é algo insignificante". Mas mentira, 10 mil reais da palestra canadense é dinheiro pra caralho mesmo. A hora aula de um professor que tava dando aula na UnB é em torno de 80 reais. Pense na quantidade de dinheiro gasto.
Numa visão imediatista, é óbvio que estamos sendo "anti-econômico", estamos "agindo de maneira igual ao que combatemos". Mas existe uma crença de que, mesmo interrompendo esses gastos bem utilizados, vamos conseguir que os outros recursos da UnB se tornem bem alocados.
Pense bem: Se não houvesse mal gasto dos recursos da UnB, será que haveria tal manifestação, com aderência de gente suficiente para interromper toda a FA?

Eu ainda acredito que a greve dos estudantes é algo bastante democrático.

No mais, acho o discurso de quem se diz contra a greve dos estudantes extremamente de mau gosto quando toma o movimento estudantil nas décadas de 1970 e 1980 como se fossem geral. Esquecem eles que havia uma massa imensa de estudantes alheios ao movimento, pessoas que estavam contrárias ao movimento anti "ordem". Melhor se espelhar nesses...


sexta-feira, 11 de abril de 2008

Inovar é preciso, viver é impossível

Hoje eu me lembrei de uma redação que eu escrevi na minha infância. Fazia minha 3ª série e a professora propôs um exercício: Cada um deveria escrever uma redação com o tema das festas juninas. A melhor redação irá ser o texto para ser interpretado na prova de língua portuguesa.
E o que uma criança de 8 anos da infância recifense escreveria sobre o tema? "A festa junina tem três santos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Tem fogueira, bandeirinha, comidas típicas como pamonha, canjica e milho assado. Todo mundo dança forró, enquanto a banda toca músicas sertanejas".
Eu fui numa linha contrária. Fui contar uma história sobre o porquê das fogueiras de São João, qual era a relação de João com Jesus Cristo, por que o rei queria matar Jesus. Engraçado que eu não lembro o que tem a ver muito entre os dois, mas eu sabia naquela época.
Então aconteceu de eu me preocupar em escrever na redação o nome do rei: eu não sabia! Lembrei dos reis bíblicos que tinha e acabei por colocar o nome dele de Davi. Não era Davi, era Heródes.
Foi quando a professora chegou a mim e disse "Olha Alexandre, a sua redação foi a que eu queria colocar, mas o rei não se chama Davi".
Eu fiquei extasiado com o elogio e fui buscar o nome do rei da história. Pesquisei na barsa e consegui tirar uma xerox do texto que comprovava o nome do rei. Então eu fui mostrar a professora no dia seguinte: tarde demais, ela já tinha colocado um outro colega meu para colocar a redação dele.
E a redação foi sobre as bandeirinhas e comidas típicas, na beleza da infância daquela criança. Poderia ter dito agora que fiquei traumatizado quanto a isso. Mas mentira, não fiquei não, talvez só um pouco triste.
No ano seguinte, minha outra professora propôs o mesmo tipo de exercício, na qual a redação seria o texto da prova. O tema era preservação ambiental. Eu ganhei como melhor redação daquela vez e ela foi o texto para ser interpretado. Dessa vez fui genérico o suficiente para não dar nomes aos bois.
Todas as minhas professoras do ensino fundamental, da 2ª e 3ª série, foram pessoas que eu me "apaixonava". Era algo meio maternal, não sei bem. Elas têm poderes mágicos nas crianças, tudo que elas fazem significam muito para você.

A história sem fim (você inventa o final)

A POSSE --- “A gente sujou o tapete com seu sangue”. Mas eu queria mesmo conquistar meus bens, coisas minhas. E o amor da minha mãe é meu. Tudo é meu, nada é nosso.

MÃE E FILHOS -- Abriu a porta do apartamento e viu o móvel central da sala de estar quebrado. Alguns cactos do centro no tapete da sala ficaram, mas boa parte daquele vidro já não se encontrava lá. Seus filhos estavam sentados no sofá em frente ao que quebraram, com a cabeça levemente baixa, mas os olhos apontados para a sua mãe, com sorrisos de gente triste. Sorrisos de arrependimento, de culpa (e medo também). A mãe ficou parada a frente da porta.

- Mas Maria e Guilherme...

- Mãe-iá, a gente está bem.

-E vocês ainda sujaram o tapete.

-É que Mariazinha se machucou. Ela pisou no vidro.

Quando percebeu que era sangue, fechou a porta e foi se aproximando mais dos filhos. Viu o pé de Maria Luísa cortado, mas com um band-aid, enquanto Guilherme estava queixando-se de uma dor nas costas. Era pouco sangue.

domingo, 6 de abril de 2008

Orientações metodológicas para o Blog

O medo de mostrar vazios metodológicos me fazem reafirmar o blog como um espaço de discussão acadêmica, não minha. Fui formulando teorias de auto-conhecimento, mas tenho pensado que não é o mais adequado nesse momento:
Vamos ler Kelsen, Alexy, Dworkin, Popper, Kuhn, Evans-Pritchard, Levinas, Camus, Malinowski, Marx, Machado de Assis, Giddens, Luhhman, Gadamer, Habermas, Kant, Weber, Turner, Sahlins, Aristóteles e Platão. E mais alguns autores brasileiros.
Vamos falar de Direitos humanos, de direito, de justiça, de felicidade, de tristeza, de auto-conhecimento, de magia, de verdade, de mentira, de mundo, de universidade, de diversidade, de ideologia, de ciência, de sexualidade, de angústias.
Vamos escutar Diego Nardi pensar.
Vamos pensar o que Alexandre escuta.
Vamos esperar a Sinara reaparecer.
Vamos dar aos nossos leitores bons pensamentos. vamos buscar posturas críticas. Vamos resenhar, vamos brincar com nossos brinquedos filosofais.