quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

cores de roupas...

o misticismo sobe a minha mente e mudei de idéia quanto a roupa que usaria no ano: Deixei o vermelho do amor (sexo? paixão?) pelo azul (tranquilidade) floral da roupa costurada por minha avó. Talvez a ocasião também tenha mudado a vestimenta, afinal de contas, porque usar bermudão de tecido denso numa praia, enquanto a bermuda de tecido sintético é capaz de ventilar. Por que não usar camisas com motivos florais, muito mais do que um california dream?
Sim, preferi azul ao vermelho. Talvez meus aspectos mágicos sejam motivadores de minha ação. Não, não digo que serei levado pela casualística, que será o que motivou minhas ações nos próximos 12 meses. Trata-se de um marco, de um sentido de prestação para com o futuro. Se vestirei azul, buscarei metas de tranquilidade.... é? ... se bem que eu gosto de pensar que não precisarei me esforçar para tal...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Feliz Natal!!!!


Feliz Natal!
Que a nossa racionalização não permita tornar essa festa apenas mais uma festa com troca de presentes, porque parece que cada vez mais o lado comercial se sobrepõe ao religioso, será?
Porém mesmo aqueles que não acreditam tanto em Jesus Cristo, ou Deus ou no espírito santo vejam essa parada do Natal como momento de reflexão e de propagar nossos valores habbermasianos de ser =)

http://www.elfyourself.com/?id=1660864255

Vejam esse link!!!! eh muito engraçado ahahahahahahaa

domingo, 16 de dezembro de 2007

Negócios jurídicos e a minha viagem para Natal

Sim, estou empacado nessa matéria chamada negócio jurídico. Não consigo sair do lugar, porque eu não consegui prestar muita atenção na matéria, não me despertaram interesse por ela. Mas, sim, ela é bem útil, eu adoro (eu acho) direito civil.
Tem bastante lógica, eu soh tenho que saber os vicios e as condições de validade do negócio jurídico hehehe...

No mais, viajo para natal sexta feira!!! E talvez fique distante do blog por um tempo, nao sei. pretendo atualizar por lá. Aproveito para dizer ao nardi que o mesmo faça seu blog de viagens ao fim do mundo aqui também, pois eu pararei com esses troços de antropologia, que eu acho que ela não tá mais afim de ler...


:D

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

One fight or two e os zande

Hoje foi e era a discussão de pai, mãe e filho, depois de uma noite fazendo compras para as festividades natalinas: Por que Deus não existe? Eu respondi: Deus existe se você crer que ele exista. Minha mãe concordou com isso. Meu pai disse: Não, eu não consigo percebê-lo.

Aí ele se propõe a dizer: Religião é uma forma de estabilização social, tem seu aspecto funcional para um bem. A verdade a gente consegue, há aspectos na natureza que são verdadeiros.

Aí eu perguntei para ele: então como morremos? Ele diz: "morremos porque nossas células começam a se embaralhar nas suas codificações genéticas, e as células enfraquecem e o corpo morre. Mas uma coisa é verdade, pois o sexo foi a invenção da natureza para conseguirmos nos manter".

E aê eu gritei: "Mainha! painho é funcionalista e positivista!"
Ela falou: "que pena..."

Meu pai se danou...




"Azande: Alguém me embruxou"
A ciência é uma verdade maior do que as outras, e eu confio nessa premissa. Dou nexos causais a muitas coisas por esse conhecimento científico, minha mãe também. Mas parece que a posição ética tem de dizer que não é errado pensar "misticamente", pois se eles não estão certos, ao menos não estão errados em pensar assim. E da mesma maneira, se houvesse um parâmetro de verdade que constatasse a existência de um Deus superior, seria muito difícil convencer meu pai de dizer "sim, existe um Deus que controla seus movimentos e tudo o que você faz e deixa de fazer".



Eu quero esse posicionamento ético de pluralidade. Eu nao tô certo, nem ele está errado. E dizer que o mundo é uma bruxaria só também é legal, é legítimo e verdadeiro, mesmo que eu nao ache. Se a verdade é una, então lanço uma verdade una: nunca conseguiremos saber o que é verdade (axioma;P).
E aê eu mostro uma etnografia de Evans-Pritchard, bastante interessante :)



Sobre o povo Azande, no Sudão, Evans-Pritchard vai demonstrar que “o conceito de bruxaria fornece a eles uma filosofia natural por meio da qual explicam para si mesmos as relações entre os homens e o infortúnio(...)”[1]. Todos os acontecimentos na vida dos zandes estão influenciados pela bruxaria.
A bruxaria é onipresente (...) é um tópico importante da vida mental, desenhando o horizonte de um vasto panorama de oráculos e magia; sua influência está claramente estampada na lei e na moral, na etiqueta e na religião; ela sobressai na tecnologia e na linguagem. Se uma praga ataca a colheita de amendoim, foi bruxaria; se o mato é batido em vão em busca da caça, foi bruxaria; se uma esposa está mal-humorada e trata seu marido com indiferença, foi bruxaria (...)”[2]

O antropólogo foi tentar explicar sua teoria sobre alguns fatos ocorridos que eram considerados infortúnios de acordo com suas teorias científicas, lógicas para ele, homem europeu do século XX.
“Certa vez um rapaz deu uma topada num pequeno toco de árvores no meio de uma trilha no mato – acontecimento freqüente na África – e veio a sentir dores e desconforto em conseqüência disso. Foi impossível, pela sua localização no artelho, manter o corte limpo, e ele começou a infeccionar. O rapaz declarou que a bruxaria o fizera chutar o toco. Eu sempre discutia com os Azande e criticava suas afirmaçãos, e assim fiz nessa ocasião. Disse ao rapaz que ele batera com o pé no toco porque tinha sido descuidado, e que não fora bruxaria que colocara o toco na trilha, pois ele crescera lá naturalmente. Ele concordou que a bruxaria nada tinha a ver com o toco estar na trilha, mas observou que tinha ficado de olhos abertos para tocos, como realmente todo zande faz, e que, portanto, se não tivesse sido embruxado, te-lo-ia visto. Como argumento definitivo, a seu ver, lembrou que os cortes não levam dias para cicatrizar – ao contrário, fecham logo, pois esta é a natureza dos cortes. Por que então sua ferida infeccionara e continuava aberta, se não havia bruxaria por trás dela? Como não tardei a descobrir, essa pode ser considera a explicação zande básica para as doenças”.[3]
[1] EVANS-PRITCHARD (1999, p.49)
[2] EVANS-PRITCHARD (1999, p.49)
[3] EVANS-PRITCHARD (1999, p.51)



sábado, 8 de dezembro de 2007

Um estudante de Direito...


O de hoje...e o de antes.

No meu primeiro semestre, fui dar uma pequena olhada na grade curricular do curso, prestando atenção no que eu iria estudar nos próximos anos. Achava estranho essa disciplina: por que estudamos uma disciplina chamada "direito constitucional"? Eu não sabia que a nossa constituição era o nosso principal documento legislativo. Realmente não me fazia sentido estudá-lo, pois, afinal de contas, é só um pequeno documento, que pouco servirá nos tribunais. O que se trabalha em tribunais? Questões de família, sucessões, assassinatos, crimes em geral, relações comerciais. Direito para mi se restringia a penal e privado. Nada mais.
Então eu fui deduzir o que era constitucional: Olha como eu sou louco, ou ignorante: Constitucional deve ser uma matéria que tem somente em Brasília, por estar bem próxima ao congresso nacional e por isso para produzir textos legislativos.
Cai no curso de direito da UnB de para-quedas, sem nem mesmo saber o porquê de fazer esse curso. A única coisa que eu sabia era que eu queria prática, o que no direito pode ser bem sucedido, e algo social. Hoje gosto muito do aspecto social do direito, a prática as vezes me dá um enjôo, sinto-me com vontade de vomitar todas aquelas classificações vazias de conteúdo, simplesmente utilizadas para dar uma sistematicidade às peças processuais. Talvez por estudar umas matérias bem mais gerais, como introducao a sociologia e a ciencia politica, hoje em dia acho que estaria fadado a cada vez menos gostar do meu curso.
Penso, no entanto, nas palavras de Paulo Freire nesse momento. Esse, ao falar que deve-se, ao alfabetizar um pedreiro, ensinar as palavra como "tijolo" e "cimento", o mesmo deve ser pensado para mim, estudante de direito desfamiliarizado com as questões profissionalizantes do direito. Processo, escopo jurisdicional e lide são coisas que eu nunca utilizei como vocabulário, não me faz sentido entender a organização jurisdicional do brasil se eu nunca fui de utilizá-la.
Ao chegar ao 4º semestre, parece essencial um estágio, porque pensar o direito como componente curricular só fará sentido se você estiver sempre em litígio. O que me fez gostar de Teoria geral do direito privado esse semestre foi eu ter administrado uma pessoa jurídica por um semestre e realizado um contrato de imóvel, o mesmo que ocorreu com as minhas tentativas de democratizar a administração foi eu ter gostado de teoria geral do direito publico. Processo? nao... foi um saco! Eu nunca mexi com um processo, do que adianta saber o que um juiz faz? Sou a pessoa mais inerte do mundo e todas as minhas soluções de conflito (algo que só assim faz sentido estudar processo) são realizadas num ambiente familiar. Processo é chatin...
Acho que é por isso que eu tenho uma necessidade imensa de estagiar: Para dar valor ao que estou estudando... E aí sim eu vou gostar do curso de direito, porque eu ainda tenho de aprender a gostar dele.

E o que é direito constitucional hoje?

Eu não sei também, mas é a carta normativa principal do Direito estatal Brasileiro, pensando que é nela a garantia dos direitos fundamentais de todos os brasileiros, e é nela que será deduzida todas as formas de produção de normas para garantir esses direitos fundamentais, assim como a possibilidade de meios para a efetivação de tais direitos. E sim, eh a matéria dogmática mais importante do curso.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

E a escuridão

O Direito me foi um mundo alheio durante muito tempo. Por que juridicar? O que é que tem de demais nisso? Por que não engenhariar, sociologar, administrar, computabilizar? Fui-me endireitar: é social e prático, dá dinheiro.
Entrei naquele local com uma nuance de altitude: local alto, apresentado a mim como monte olimpo. Talvez fosse apenas pelo formato e por estar lá em cima.
Gosto dessa interpretação.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Entrevista com antropóloga

Essa foi a minha primeira experiência como entrevistador. Confesso que foi bem difícil, porque ela não falou o que eu queria escutar hehehe...


O que você acha da questão da ciência e da antropologia. Você acha que fazer uma má interpretação de uma cultura é um discurso não científico? É possível mensurar cientificidade numa etnografia? [comentário: essa pergunta surgiu porque em alguns momentos na aula, a professora falou dos evolucionistas como não científicos, pois eles não faziam uma descrição real dos fatos. Achei bom tocar nesse assunto porque ela me parecer menos relativista do que se propôs]

Primeiro eu tenho uma definição de Ciência: um tipo de atividade intelectual, que requer preparação, perspectiva metodológica, uma formulação teórica. Parece que você pensa na ciência pela denotação com busca da verdade. Isso está como algo redefinido, poderia até dizer como ultrapassado, porque é difícil falar em verdade absoluto em qualquer situação, seja no mundo natural e social. [ciência] é postura metodológica e fundamentada metodologicamente por um aspecto da realidade que diferenciaria a postura espontaneísta e com seus recursos formular teorias. Não acho que ciência se define como busca da verdade.
Métodos seriam parâmetros de cientificidade?
Sim, principalmente nas ciências sociais. Porque nós estudamos do resultado do agir social, não se repete da mesma forma, diferente do mundo natural. [comentário esse ponto eu discordo pelos princípios de causalidade ou imputabilidade, mostrados por Kelsen]

Falar que os índios desejam ser incluídos na sociedade. Falar que os índios gostariam de ter TV porque não foram apresentadas a elas. Por que essa postura seria equivocada?
Primeiro porque se presume que eles podem manifestar o desagrado ou o agrado de ser incluído. A situação atual mostra uma relação de contato irreversível. Independem deles se eles gostariam ou não.

(eu reformulei a pergunta)

Na condição de branco, uma questão da ação. A gente considera que assisti tv é uma coisa boa e que os índios também acharão uma coisa boa. Esse discurso não seria uma coisa imposta, o antropólogo teria de fazer ou não fazer?
Não, mas ele iria preparado. No caso do antropólogo, essa situação muda um pouco, mas em geral ele vai preparado para não se impor,, apesar de ser difícil.
A situação irreversível de contato e a necessidade de integração com os brancos, para reproduzir os seus costumes e mantê-lo aquilo na sua cultura. Entrar em contato com a nossa é permitir um pluriculturalismo. Eles já sabem atuar em duas culturas. Eu diria que impor a eles determinadas coisas a eles, para a integração, eles tem de fazer coisas que não fossem feitas. Para assumir posturas que desagradam junto ao governo ou o seguimento. Mesmo na nossa sociedade, eu acho que eles poderiam ter oportunidades e posturas cada vez menos positivas.

Pela minha percepção, as posturas do evolucionismo acabaram por legitimar o colonialismo, a ciência como forma de legitimar a política. As tribos africanas são pessoas como a gente, mas, ao mesmo tempo, eles podem evoluir, eles podem melhorar. O que a antropologia tem feito a isso?
Primeiro não foi o evolucionismo que provocou isso, mas aconteceu pelo processo de mercantilismo. O contato dos europeus fez que isso surgisse.
O evolucionismo tem aspectos que levam a isso, mas não foi apenas isso. (comentário: eu não tinha afirmado isso hehehe). Acho que são avaliações muito historicizadas. Na evolução do pensamento científico, era impossível que a teoria fosse equiparada na antropologia como o direito a diferencia. O Morgan era um religioso, tradicional. Deduzir do evolucionismo uma postura para a ciência toda ou uma afirmação só da inferioridade entre os povos é uma leitura mutilada. É evitar ou perceber que a questão pela época. Mas eu concordo que a postura dele reflita um pouco o pensamento da época
Inclusive Morgan lutou pelo direito ético. Ele era advogado. Havia uma empresa na época que estava invadindo o território de uma tribo indígena e ele foi a Washington defender o direito desses grupos.
Fica perceptível para mim que a ciência é uma construção do momento histórico...
Por isso que eu falo que o teor da antropologia é mais hermenêutico, da interpretação que é uma busca de sentido, mais do que epistemológico, que pode explicar como desdobramento como um sentido das coisas.
Hermenêutica é uma coisa muito em voga no direito.

Eu vejo muito no meu curso de Direito a diferenciação entre sociedades primitivas e sociedades evoluídas. Tirando a Europa e a América do Norte, são todos atrasados. O que você acha disso?
Submissão total aos valores de uma determinada época sem nenhuma tentativa de relativizar os valores dessa época. É civilizado, tem progresso, mas, em momento algum, parece com uma postura crítica em termos de nível de civilização em relação aos processos de civilização. Se você conhecer em detalhes a história da Inglaterra, é um grupo de bárbaros soltos pelos continentes. Mas o que a Inglaterra fez na China, Austrália e Índia? Condutas inspiradas pelos valores ocidentais em que eles não se davam conta da crueldade que estavam fazendo, e isso se chamava civilização. Então, quando se fala que um é atrasado ou outro é adiantado e tudo mais, é necessário um olhar crítico com o ocidente. É uma visão enviesada, acrítica e considerando os valores como escolha, mas sim o que a cultura escolheu. O valor não tem postura de hierarquias, qualidades e superioridades. Ele não é hierárquico, é diferenciador. São valores acríticos, ahistóricos. Como essa civilização se generalizou? É um desconhecimento das potencialidades da humanidade. A humanidade se atualiza na diferença. É um imaginário esquizofrênico, faltando elementos cognitivos para conhecer o que é uma cultura diferente da nossa.
Complexa e sociedade tradicional: Eu vejo que essa questão da sociedade complexa e a deles tradicionais e isso é muito mais por uma postura de vista, porque a gente está inserida nela e isso vai possibilitar uma descrição bem mais pormenorizada. E quando a gente vai a uma sociedade primitiva, a gente acaba simplificando as relações (a ideia era aumentar as compreensões sobre a obra de luhman, mas ela não respondeu a essa questão).

O direito é um curso bem tradicional. Acredita na unidade, na legalidade. Tem outras posturas de pluralidade, mas nas minhas aulas, uma única possibilidade. Você acha que existiria um crime universal? O exemplo da pedofilia seria um crime universal? O bem é em si ou é um bem relativo?
Eles endeusam a norma. Quando a gente fala em pedofilia na nossa sociedade, essa prática tem de ser negada em todos os seus aspectos. Um crime universal? Eu não tenho resposta para isso porque necessitaria de uma constatação empírica. Eu me acolho muito na discussão feita por Durkheim. Ele diz o que é um crime vai variar de cultura para cultura. E isso só é identificável pela pena, por determinados atos, é possível observar o que é o crime. Eu acho que isso seja uma postura bem relativista. O crime é generalizado e será objeto de sanção negativa.
Eu vejo umas problemáticas de Durkheim sobre o que seria essa sanção negativa...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Trem da Alegria

Você é C
Por seu amor
Eu acho que eu posso fazer
Qualquer coisa
Eu posso fazer qualquer coisa
...
Será, C?


Versinhos, sussurros de um brokenheart

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Universitários vão à escola


E amanhã acaba-se meu ciclo na diretoria da Universitários vão à escola. Sou um universitário que nunca saiu da escola, porque quando eu entrei na unb logo voltei.
No mais, sinto que fiz muita coisa boa para o projeto, mas ao mesmo templo sinto-me impotente por não ter feito tudo corretamente; se nao fiz, talvez foi por boas intenções.
Minha vontade é realmente de sair cabisbaixo, mas tenho muito o que comemorar também.
E ganhei grandes amigos lá também.

6 meses de hard work! que os proximos diretores mantenham-se hard work too.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Vou resumir a minha tese abaixo em uma frase: A imputabilidade existe porque somos incapazes de dar noções causais aos fatos.

A água ferve à 100 °C. Isso é causal ou imputável?
Eu diria que é imputável. Por que? Porque há águas em condições de pressão que não ferve à 100°C.
Então "A água ferve à 100°C à pressão de 1 atmosfera".
Mas e se á agua contém alguns solutos.

Agora, me diga quando vamos demonstrar que existe água pura, que a temperatura seja homogênea em toda a parte da água e que a pressão seja geral. São sempre condições ideais.

Ideais são formas de criar teorias. E por isso que a gente só é capaz de responder as coisas por principio da imputabilidade. Porém as coisas ocorrem por causalidade, só que somos incapazes de demonstrar isso.

Será a leitura de popper e kuhn que tem me feito pensar assim?

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

práticas pseudo-emancipatórias de educação jurídica

"E o aluno tá de corpo presente e incapaz de manter seu espírito em sala".
Isso ocorre sempre, eu, incapaz de me manter conscientemente em sala, vou fisicamente para fora. E assim vai.
Então vamos mudar a organização da sala: Um círculo para todo mundo ser capaz de falar, para haver multiplos diálogos e o professor apenas mediar.´Mas e o que se vê? O professor fala, um aluno 1 fala, o professor fala, o aluno 2 fala.

E, por que então, sair da frente da sala para ir ao circulo, quando toda o diálogo se polariza entre estudantes e professores? Muito mais coerente ficar lá na frente, nos métodos tradicionais.

E como vê prática emancipatória de educação quando a discussão é feita apenas por professores, num auditório em que os alunos ficam de um lado e os professores ficam na frente? E quando se diz que a aula nao é prazerosa, escuta-se "eu não sou animador de programa de tv".

E é bonito dizer que se aprende mais com eles do que com a gente, pois parece impossível conseguir práticas bilaterais com pólos semelhantes.

Enfim: É difícil quebrar práticas educacionais tradicionais em congressos tradicionais.

Agradecimentos: Amanda, que disse que isso seria um bom assunto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Direito e Moral!!

Engraçado que eu tenho horror a essa história de fazer compartimento das instituições, como se houvesse purezas. “Antigamente havia a amalgama (direito e moral) e depois a sociedade fez um processo de separação, separando o ferro (direito) do cobre (moral)”. A moral sendo o campo das obrigações. E o que é obrigação? É algo que se faz de forma inconsciente? São relações que tem fundamento por si mesma? Você faz algo assim? Mostre-me! Quero ver uma demonstração de ato moral à la Nardi (ou à la Kant e galeria).
Vejo um equívoco imenso a essa leitura de Habermas. O cara fala uma coisa bem bonita. Mas não tomo isso como um caráter descritivo, mas prescritivo.
“Moral é o campo das obrigações, ela nós diz o que temos que fazer e como temos que nos relacionar uns cons outros, as normas morais correspondem à obrigações ao passo que o Direito moderno é, sobretudo, liberdade; cabe a ele definir esferas privadas onde podemos agir de maneira livre”
Direito moderno é liberdade? Se ele define esferas privadas onde podemos agir de maneira livre, então há uma restrição de liberdade, e liberdade não pode ser condicionada, senão não é liberdade. Ou você acha que é livre a pessoa que tem de escolher entre um grilhão ou uma algema para ser preso? Se o Direito define esferas de liberdade, então é nessa esfera que há as ações morais? Então o direito é uma forma de controle das ações morais, algo superior aos atos morais. Ele define o que é a moral universal e a pluralidade moral que há. Direito é autoridade, então?

“Responsabilidades jurídicas não são obrigações de sujeitos para com os outros, são, antes, responsabilidades resultantes de consentimento mútuo em relação à igualdade na garantia de liberdade (HABERMAS).
Cético a essa resposta. Reveste o direito por uma estrutura mais bonita e ideal, mas se bem que há uma possibilidade de responsabilidade jurídica assimétrica e desleal, ou não? Se o direito não é justo, igual e libertário, então não é direito? Você acredita em anti-direito? E, sim, perguntar é mais fácil do que responder. Mas eu discordo de você.

ciência universal?

Eu estudo a moral.Quando me vem uma matéria chamada "teoria geral do direito privado", é me apresentado toda uma tecnologia de conceitos que podem me explicar as relações morais. Tudo bem que tenho um enjôo quando começam a utilizar conceitos como "sujeito ativo" e "sujeito passivo", mas tem coisinhas legais como "direitos subjetivos" "bem" ou "dever de abstenção".


Pense num almoço em um restaurante. Não tiro a minha roupa, uso talheres, lavo as mãos, faço pedidos, utilizo palavras como "por favor", não jogo comida na pessoa a frente, desligo a tv de casa.


Não tiro a minha roupa, mas bem poderia fazer isso, não?

Poderia ser mandado para a delegacia por atentado ao pudor, mas será a minha preocupação em ser mandado a delegacia? Não consigo vê que o meu maior medo é ficar com cara de pervertido e todo mundo ao meu redor. Isso é moral ou jurídico? Existe um direito subjetivo das pessoas de não serem expostas a nudez de maneira banal, mas é ae? eh direito ou moral?


Lavo as mãos com uma preocupação em não me fazer mal. Porém o estado brasileiro tá pouco se lixando com essa prática, ele nao positivou dizendo que é um ato proibido comer com as mãos sujas. Poderia ser proibido, ou não?


Por isso que eu acho bem enganoso crer que o direito é algo distante da moral, como se fosse apenas uma parte das normas morais, havendo uma liberdade extra que é o que o direito não toca na moral. Não existe uma posição de neutralidade nesse direito de não "legislar" sobre tudo. Se ele não legisla, ele quer dizer que é possível fazer qualquer coisa








terça-feira, 23 de outubro de 2007

Relativizar: quais sao os parametros?

sim, tudo eh possivel, nada é impossível. e nao vejo isso um problema, não para a ciência, para o conhecimento. Mas sim, é impossível agir se relativizamos tanto, talvez até mesmo o relativismo seja impossível por ser absoluto.
Não penso no amanhã, posso pensar que sou apenas um reflexo divino, que toda a minha cognição é algo que faço inconscientemente, só tô agindo de acordo com o que me fizeram ser. Sou Deus na terra e não passo de um espelho: Eu sou não humano, sou o que eles quiseram o que fosse, e meus respeitos aos institutos são apenas uma manifestação que o deus me passou. Eu não sou capaz de unir a semente à agua e à terra: Não sei plantar. O que importa é coletar meu alimento. Talvez minha memória não seja consciente, nao tenho passado. Presente é a vida. Futuro é presente.

Eu odeio o tempo. Eu só o aprendi porque disseram que a tarefa de casa era para amanhã.

****

Mudando de assunto...

Fazendo um paralelo Medicina e direito: Se o médico se preocupa com a saúde, porque pensamos nele apenas na doença? Se o jurista se preocupa com a ordem e a estabilização das expectativas de conduta, porque só pensamos nos tribunais?

Direito e moral, para mim, perde cada vez mais sentido. seria tudo uma coisa só? Toda essa teoria geral do direito, por mais que seja pretensiosa e positivista (objetivismo), perde sentido quando diz que não é possível explicar o mundo moral, a minha vestimenta, meu dever de abstinência perante a minha mãe durante meu almoço. Por uma teoria massificante de nossas ações.

Iubi ius, ubi societas? yep...

E se não existe dogmas, então existe um dogma chamado "não existem dogmas". Logicamente isso não faz o menor sentido.


...
...
...


E alexandre deu descarga.

domingo, 21 de outubro de 2007

A superação do evolucionismo

Mas o evolucionismo foi superado. Não existe "a" cultura, mas "as" culturas. A escola americana, cujo Franz Boas foi o maior expoente da sua época, pensava assim: As raças surgiram, cada um foi se formando e cada um tem a sua própria lógica. Se for assim, como vamos dominá-los? Não há mais justificativa para colocá-los na superioridade, ou tem?


Franz Boas propôs, assim, um método bem mais "neutro". Todos tem a sua própria lógica, e funda o conceito de etnocentrismo na ciência: A gente sempre vai achar a nossa cultura bem mais evoluída do que as outras, é muito difícil se conformar com a lógica do outro. Porém esse ainda contém um óbvio racismo na sua ciência.


Mas ainda lhe há racismo. Influenciado por Darwin e Lineu, aquele que fez a classificação das espécies, Franz Boas dava critérios de racionalidade para a raça. Os negros são pessoas, sim, sem dúvida. Mas por serem negros, elas são mais burras.


Prémio Nobel acusado de racismo


Um dos pais da genética moderna, prémio Nobel e descobridor da dupla hélice do ADN, o norte-americano James D. Watson, de 79 anos, desencadeou uma controvérsia planetária por, em declarações ao The Sunday Times, ter afirmado que os negros são menos inteligentes que os brancos. “Todas as nossas políticas sociais estão baseadas no facto de que a sua inteligência é mesma que a nossa, enquanto todas as provas mostram que realmente não é assim”, afirma o cientista.Watson assegura que os genes responsáveis pelas diferenças de inteligência entre humanos poderão ser encontrados no prazo de uma década. Acrescenta ainda que “não existe razão firme para acreditar que as capacidades intelectuais de pessoas separadas geograficamente evoluiram de forma idêntica. Não basta o nosso desejo de atribuir capacidades de raciocínio iguais, como se fossem uma herança universal da humanidade”.
[cc] Novopress.info, 2007, Texto original cuja cópia e difusão são consideradas livres, desde que se mencione a fonte de origem [http://pt.novopress.info]

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Itapoeirando e fazendo quadrinhos


Mudando um pouco de assunto sobre Antropologia e ética, posto aqui minha primeira tirinha em história em quadrinho. Nunca tinha feito anteriormente e e hoje é a primeira vez que faço.

Aliás, tô feliz com ela. Era uma antiga piada nordestina, não sei se vocês acharam graça ;)


Alexandre

sábado, 6 de outubro de 2007

sábado, 29 de setembro de 2007

FA é FD, mas FD não é FA?



Adultos. Ambos livres, quem são eles?
Poderei descrevê-los? Sim, poderia. Mas seria a minha visão deles, não a deles deles mesmo. E ae? Seria útil?



quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Depois do Prólogo da liberdade: quem sou eu?

Penso que, depois de tantas discussões sobre liberdade, precisamos saber: Quem são os promotores das metaphysical toys? Acho que os receptores dessas mensagens nem são apenas os próprios emissores: Há outras pessoas lendo nosso blog.

E aê surge a discussão: Como eu posso me descrever?
Eu. Eu tô descrevendo a mim mesmo, eu tô emitindo mensagens que falam de como eu sou. Num silogismo para vestibular, sou um função poética!
O que me caracteriza na aparência nesse momento que me descaracteriza em outros momentos: Meu cabelo black power.
O que me caracteriza sempre: Falo em grunidos.
O que me faz irritante: Busco teorias das ciências que me possibilitam um mínimo de esforços de classificação. Ciência e conhecimento são a mesma coisa. Direito e moral também. Beleza e justiça são finalidades de diferentes unidades (indíviduo, coletividade), mas que só podem ser compartilhadas por essas próprias unidades.

O que deve tá mais irritando o Nardi nesse momento: O alexandre tá levando esse blog a sério, assim como Dworkin faz com os direitos . Huahauhauha, piadinha tosca!.

PS: Amo todos vocês.
PS2: O amor é algo que ainda dá pra digivolver para... raio-chu!
Poeto porque poesia é rápida
Não cansa, todo mundo lê
E passo por artista quando escrevo
Mas o cinismo me impede à estética
Por isso que escrevo sem métrica e rima!

Risos de internet
Hahahah
Só para dizer, dizer, dizer...
Tô livre da métrica! Tô livre da rima!
Digo o que quero, e faço poesia.
Só me esqueço que ainda sou preso
Componho versos, e dô sentido ao que escrevo.
Eu ainda faço poesia.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

MENELICK THE LEGEND

Eu nunca quis ser livre no sentido da falta de outras pessoas. descobri que a compra de um microondas, aparelho tão util para esquentar minha comida quando chego a noite depois da aula, não me trará mais felicidade. por que? porque a felicidade tá nos outros, tá em estar com os outros =)

Então se liberdade for ser só, eu prefiro não ser. Quero ser escravo, manipulado, touched by.
Mas eu quero reclamar da má escravidão, da má manipulação, do toque não-suave. E repensar o que é essa escravidão é quem me torna mais livre, se bem que um tapinha não dói. é gostoso demais!
:D

Alexandre em busca da poética perdida nos textos habermianos que ele nunca leu, apenas melenelou.

domingo, 16 de setembro de 2007

Conversa no MSN

Alexandre diz:
mlk, viu lah o que eu escrevi hoje?
Nardi diz:
eu to respondendo
Nardi diz:
um tanto quanto ridícula sua força de barra
Alexandre diz:
ah eh?
Nardi diz:
pq vc sabe muito bem que eu não quis dizer que a palavra liberdade ia se sentir aprisionada =P
Alexandre diz:
mas se eu restrinjo a palavra liberdade, isso por si soh nao quer dizer que eu to tornando algo menos livre
Alexandre diz:
:P
Nardi diz:
claro que sim
Nardi diz:
se vc restringe liberdade ao agir segundo normas
Nardi diz:
vc está restringindo a ação
Nardi diz:
logo, não é liberdade
Nardi diz:
liberdade para mim é semelhante a um imperativo categórico, um agir por agir, independentemente de consequencias
Nardi diz:
ou seja, liberdade é algo que se torna inviável
Nardi diz:
no convívio social
Alexandre diz:
yeah...
Restringir pode ser liberdade. Ao momento que estou definindo "o que é liberdade", faço restrinções a semântica da palavra, entro na metalinguagem para explicá-la. E isso é uma aparente restrinção, é determinado.

Mas qual seria o problema de restringi-la? Seria a palavra "liberdade" menos livre se eu defini-la como algo? Quem disse que ela se sente restrigida, quem disse que ela pensa?

Com isso, surge para mim aquelas definições bem bobas, que são as coisas e os sujeitos. Essa classificação de algo como coisa ou sujeito já foi bastante mutável, tanto é que um negro no século passado era coisa, hoje em dia é sujeito.

Eu posso colocar a palavra dentro de uma grade semântica, com sentidos bem delineados. Ela não será capaz de sair sozinha das grades, ela nem é capaz de conseguir sair das grades semânticas por si só. Ela é uma coisa, porque nem é possível deixar as grades que impus enquanto não existir outro sujeito que serre essas grades. E ela não tem consciência, ela é uma invenção, é inerte, é sem vida, nao age.

Sujeitos são capazes de redefinir as grades semânticas ou até mesmo desconstrui-las. E por isso que a liberdade tanto falada só pode ser imposta a sujeitos. Eles são capazes de agir, as coisas não. Assim, é banal dizer que nao podemos restringir os conteúdos de uma palavra porque não permitimos a liberdade, que isso é algo que contradiz a liberdade, já que não faz sentido formular normas para as palavras. Contradizer a liberdade é dizer que deve-se respeitar a sua conceituaçao de liberdade para os sujeitos.



DIREITO é NORMA!

Muitos vão discordar dessa minha noção de que o estudo do direito é através da norma, inclusive meu companheiro de bloggers D. Nardi ("D." é para indicar que você é um doutor?). Falar que Direito, como ciência, é o estudo da norma abre uma gama de possibilidade imensas e faz uma restrinção que possibilita um início de discussão.


O dogma é só uma forma de ponto de partida.

sábado, 15 de setembro de 2007

O que é liberdade?

Vem a minha mente a sensação de anarquia. Anarquia: Ausência de normas. Ausência: falta de. Normas: Ordens de conduta. Juntando tudinho: Anarquia é a falta de ordens de conduta.
Isso me possibilita crer que a gente pode fazer tudo e que isso é bom. Só que é impossível coexistir numa sociedade anárquica, pois a ausência de normas não me dá tanta segurança assim. E sobe aquele sentimento bem hobbessiano de contrato social, pois somente com ele a gente é capaz de coexistir. Por exemplo: Eu posso fazer o que quiser, desde que seja possível manter a "liberdade" dos outros.
Aí vem aquela contradição: Já que existe essa norma "mantenha a liberdade do outro", não há mais anarquia, não há como pensar que somos livres. A simples existência de uma norma já restringe a nossa ação. Eu nao posso agir tão livre quanto eu pretendo.
Porém isso é ótimo. Normas são feitas para o convívio e ainda bem que elas existem. A liberdade é algo que não existe pois existe normas. Então eu nao me sinto livre enquanto eu sei que todas as minhas ações são determinadas por alguma norma. Pode até não haver proibições do meu agir, mas o simples fato de nao haver algo que proiba quer dizer que existe normas que permitem.
Assim eu consigo perceber que não há liberdade. Liberdade como ausência de impedimentos é algo impossível na existência de sociedades. Talvez na ação individual seja possível ser livre, mas que só é possível na existência de chocadeiras, na qual a formação da vida não for determinada pela existência de outra vida.
Deus talvez seja o unico ser que um dia foi livre. E ele só foi livre a partir do momento anterior a gênese.

Redefinição da palavra
Por isso a importância da redifinição do que é liberdade. Para mim, liberdade é se expor a suscetíveis experiências de convivência estranhas, de agir com alteridade. De estranhar o familiar. E é somente assim que a gente pode se questionar sobre a nossa conduta. E aê vem o que é liberdade: é questionar o que lhe impede de ser livre, de sempre tomar como algo as vezes inuteis o que essa norma significa. E ao questionar a existência dessa norma, percebe se ela faz você se sentir bem, se ela é algo importante para você ser mais feliz. Acabo caindo no discurso utilitário, mas acho que é necessário pensar na finalidade.

E eu começo a ser livre na redifinição da palavra: será que é utiu eicrever di acordo com normaz da gramática? O que apenas me exponho nesse momento é ser mal visto pelas pessoas num óbvio contexto de menosprezo as pessoas de baixa renda, já que as normas cultas são para poucos.
Mas, ao mesmo tempo, vejo que é bom seguir normas. Falar "quero não sintaxe utilizar iuhreiuhfd" é passar pela incompreensão. Eu vejo que o outro pode não entender o que eu acho e a minha vontade, a de se comunicar, é dificultada. Eu acabo nem conseguindo o que eu quero se eu nao seguir normas.

=)