sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Dying young


Por mais que eu seja novo, a morte é algo que tenho pensado a todo momento. Desenvolvi uma cultura de sobrevivência que agir é fugir da morte; não pulo de trem, não dirijo embreagado.
Anteontem fiquei um pouco doente, com medo de morrer. Que fiz? Marquei um médico. Fui hoje e estou realizando exames de fezes, urina e sangue.
Seria o risco o meu maior medo? Sim, isso é a minha modernidade. Parece que a categoria que mais define as nossas vidas, ou ao menos a minha, é a consciência de que há possibilidades e podemos escolhe-las (LUHMANN/GIDDENS). Não, a morte não é finalística, ou a morte não é meu destino tão certo; eu não quero morrer. Eu quero diminuir o risco, eu quero torná-la uma possibilidade distante.
Eu tenho medo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Cinematecando II (e um PS)

Fugindo um pouco da utilização comum aos PS's, farei esse no começo do texto ;)
PS.: Quando eu penso em suicídio, penso que sou uma pessoa louca. Quando penso em pessoas loucas, penso que precisam de psicólogos. Se penso em suicídio, então deveria eu ir ao psicológo. Eu paro, então, de pensar em suicídio.


Voltando aos filmes que estão em cartaz, continuarei os meus pequenos comentários:
"Juno"
Garotinha grávida aos 16 anos que pensa em fazer um aborto desiste dessa idéia, mandando o bebê para adoção. Todo o seu drama em abandonar o filhotinho, paralelo a uma possibilidade romântica com o provável pai adotivo e a sua união ao pai da criança tornam esse filme bem legal. Confesso que não fiquei tão emocionado quanto a minha irmã, que se desdobrou em lágrimas. Penso que a maternidade é um assunto a qual eu não tenho tanta relação, talvez por estar numa cultura em que a imagem dos bebês é muito mais tratada pelas mulheres. Mas tem atuações muito boas, a atriz principal e o namoradinho. Porém uma pequena crítica é ver aquela garota como alguém bem improvável de existir realmente: Nenhum momento ela me passou insegurança; e quando falo insegurança não quero dizer arrependimento nem mudança de idéia, falo em não saber escolher. Mas eu gostei.

"O Suspeito"

Aquelas histórias de tortura em Guantánamo são recorrentes nesses últimos 4 anos, depois que houve uma revolta contra o modelo conservador republicano do George Bush. Assunto delicado é esse tal de direitos humanos, e no meu curso de Direito foi algo bem recorrente falar sobre tal fato (Paixão e ABC). A tortura como parte do inquérito policial é realmente algo que dá muita pena, e o filme faz com que um cara fosse torturado (e muito!).
A história centra-se em tais fatos e possui um artifício que realmente faz a pessoa ter um bom julgamento moral: Seguir uma ética Kantiana, do simples cumprimento do dever, ou finalística, na qual os meios podem justificar seus atos? Será que podemos fazer o inquérito policial sem tortura, pois assim será a melhor forma de impedir o terrorismo, mesmo que não encontremos nada que procuramos; ou devemos torturar, pois assim vamos conseguir saber o que o preso está escondendo.
Mas então(e aí eu digo aqui para quem quiser assistir ao filme pular para o próximo comentário) o personagem, após muitas torturas, dá nomes de terroristas. Surge no espectador "é, ele estava realmente escondendo alguma coisa", valeu a pena. Só que, na verdade, era uma forma de burlar os torturadores, dele não ter que se submeter a mais um desgastante momento de tortura. E aê surge no telespectador "realmente, a tortura pode ser bem enganosa". E essa sensação emocional provocada é a melhor parte do filme.

"No country for old men"
Eu sou muito fã dos filmes dos irmãos Coen, adoro "Fargo". Fargo é um grande filme. "No country for old men" é um grande filme também. Mas os detalhes são tão pequenos que qualquer piscar de olho você perde alguns detalhes. Atenção é essencial e eu não fui. Vou ter de assistir de novo, mas ele é bom, no geral.