A POSSE --- “A gente sujou o tapete com seu sangue”. Mas eu queria mesmo conquistar meus bens, coisas minhas. E o amor da minha mãe é meu. Tudo é meu, nada é nosso.
MÃE E FILHOS -- Abriu a porta do apartamento e viu o móvel central da sala de estar quebrado. Alguns cactos do centro no tapete da sala ficaram, mas boa parte daquele vidro já não se encontrava lá. Seus filhos estavam sentados no sofá em frente ao que quebraram, com a cabeça levemente baixa, mas os olhos apontados para a sua mãe, com sorrisos de gente triste. Sorrisos de arrependimento, de culpa (e medo também). A mãe ficou parada a frente da porta.
- Mas Maria e Guilherme...
- Mãe-iá, a gente está bem.
-E vocês ainda sujaram o tapete.
-É que Mariazinha se machucou. Ela pisou no vidro.
Quando percebeu que era sangue, fechou a porta e foi se aproximando mais dos filhos. Viu o pé de Maria Luísa cortado, mas com um band-aid, enquanto Guilherme estava queixando-se de uma dor nas costas. Era pouco sangue.
 
 
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