
Por mais que eu seja novo, a morte é algo que tenho pensado a todo momento. Desenvolvi uma cultura de sobrevivência que agir é fugir da morte; não pulo de trem, não dirijo embreagado.
Anteontem fiquei um pouco doente, com medo de morrer. Que fiz? Marquei um médico. Fui hoje e estou realizando exames de fezes, urina e sangue.
Seria o risco o meu maior medo? Sim, isso é a minha modernidade. Parece que a categoria que mais define as nossas vidas, ou ao menos a minha, é a consciência de que há possibilidades e podemos escolhe-las (LUHMANN/GIDDENS). Não, a morte não é finalística, ou a morte não é meu destino tão certo; eu não quero morrer. Eu quero diminuir o risco, eu quero torná-la uma possibilidade distante.
Eu tenho medo.
 
 
2 comentários:
Lex, a morte é o único destino que todos os homens têm em comum, logo, ela é sim seu destino, como o de todos nós, o que acontece é que você pode fazê-lo se cumprir mais cedo ou mais tarde (às vezes nem dá, mas dá pra diminuir a probabilidade), mas de qualquer forma o Brad Pitt (encontro marcado) vai chegar em você.
Não creio que a morte seja "o único destino que os homens têm em comum".
Os homens têm a morte em comum apenas na mesma medida em que têm em comum a vida. A única coisa que os iguala, quanto à morte, é que todos morrem; mas, não é verdade também que se igualam porque todos vivem? [À parte os sentidos figurados do tipo: "Todo homem morre, mas nem todo homem vive"...]
As condições da morte são infinitamente variáveis e distintas de homem para homem, assim como o são as da vida.
O destino que os homens têm em comum é, pois, a vida - da qual é parte inseparável a morte...
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